Archive | Março 2015

A Astrologia Tradicional, a fonte dos desejos e a vivência do sonho em “terra firme”

Qual a relação entre a Mitologia e a Astrologia? Será que podemos aplicar estes saberes no nosso dia a dia? Afinal a Astrologia recorre a que áreas científicas? A Saber Viver Lisboa TV entrevistou Eduardo Maia, astrólogo especializado em Mitologia, professor e fundador da Academia Castor e Pólux, que vai ministrar o curso “A Fonte dos Desejos: Neptuno e os Estados Alterados da Psique”, que decorrerá hoje, pelas 14h, no Quíron Centro Português de Astrologia, em Lisboa.

Para obter informações adicionais e/ou efectuar a sua inscrição, deixamos os seguintes contactos:

info.quiron@sapo.pt telf – 21 34 706 28, 21 347 49 70

Entrevista de Daniela Gonçalves

Recolha de imagem: Por Paula Cardoso

Saber Viver Lisboa TV

Pensar e aplicar a Astrologia na sua relação com as artes no quotidiano

Hoje, vamos conhecer uma escola de Astrologia – ou melhor academia – que alia estudo, investigação e artes nas suas múltiplas vertentes, como por exemplo, música, poesia e cinema. Conheça a interface entre estas áreas, na senda da partilha de linguagens em busca de uma viagem até ao universo do sonho, sem perder o contacto com a realidade prática do dia a dia… Assista à segunda parte da entrevista que a Saber Viver Lisboa TV fez a Eduardo Maia, astrólogo, professor e especialista em Mitologia.

Entrevista e edição de imagem: Por Daniela Gonçalves

Recolha de imagem: Por Paula Cardoso

A força de acreditar numa Astrologia plena de investigação e ética

Fomos conhecer os desafios que Isabel Guimarães, presidente da Associação Portuguesa de Astrologia (ASPAS) e organizadora do I Simpósio Luso-Brasileiro de Astrologia, enfrentou durante um ano de trabalho em prol da reunião, integração e partilha de saberes em Astrologia.

Entrevista e edição de imagem: Por Daniela Gonçalves

Recolha de imagem: Por Paula Cardoso

Saber Viver Lisboa TV

Bom senso em Astrologia Ancestral e Astrologia Contemporânea

O maniqueísmo não deve prevalecer na comparação entre Astrologia Ancestral e Astrologia Contemporânea. Afinal, os benefícios da aprendizagem e do uso de ambas são inúmeros. Assista ao debate em torno desta temática, que decorreu no I Simpósio Luso-Brasileiro de Astrologia, em Lisboa.

Recolha de imagem: Por Paula Cardoso

Edição de imagem: Por Daniela Gonçalves

Saber Viver Lisboa TV

NOS Audiovisuais e Associação Portuguesa Para o Estudo da Dor criam parceria

https://nos-audiovisuais.app.box.com/s/zv32nbbwg8nx44ilpzzp/1/2821927269/24996125829/1

Cake: Um sopro de vida” é o ponto de partida para a sinergia entre a NOS Audiovisuais e a Associação Para o Estudo da Dor. Em causa está a divulgação e promoção de informação sobre dor crónica e qualidade de vida, a partir do referido filme. A Saber Viver Lisboa TV esteve presente na ante-estreia de “Cake: Um sopro de vida”, e conversou com Duarte Correia, presidente da Associação Para o Estudo da Dor e com Conceição Leonardo, paciente.

Entrevistas, recolha e edição de imagem: Por Daniela Gonçalves

Saber Viver Lisboa TV

A homeopatia: quando a evidência se sobrepõe ao placebo e preconceito

O que é a Homeopatia? Poderá ser confundida com a Medicina Tradicional Chinesa? Apresentamos-lhe uma grande reportagem, que incide sobre a definição desta disciplina em saúde e o seu grau de eficácia, através da visita a um laboratório, onde são concebidos os medicamentos homeopáticos. Saiba mais, assistindo às entrevistas que fizemos a José Lopes, homeopata e presidente da Associação Portuguesa de Homeopatia e a Emílio Moura, farmacêutico responsável pelo laboratório homeopático da farmácia Martins – Farmácia Homeopática da Estrela.

Entrevistas, recolha e edição de imagem: Por Daniela Gonçalves

Recolha de imagem intermédia: Por Claúdia Santos

 

“Arrastão”: Paisagens sonoras esboçadas pelo público

E se os espectadores pudessem criar em parceria com os artistas de um espectáculo de dança e concerto? A integração é possível e o resultado artístico sai enriquecido até para os criadores, afirma Lander Patrick, autor do espectáculo “Arrastão”. Aliar criatividade e um leque de significados reproduzidos através do canto e dança, sem restrições, é a proposta. Saiba mais sobre “Arrastão”, e assista à reportagem da Saber Viver Lisboa TV, no Espaço Alkântara, em Lisboa.

 Entrevista, recolha e edição de imagem: Por Daniela Gonçalves

Peça “Sopa Nuvem”: Uma receita plena de memórias e afetos para partilhar

A Saber Viver Lisboa TV dá-lhe a conhecer “Sopa Nuvem: um thriller gastronómico”, uma peça documentário que parte de uma história verídica familiar transformada em arte e “ritual” de partilha com a audiência. Saiba tudo sobre “Sopa Nuvem”, assistindo à entrevista que fizemos, na Culturgest, a António Pedro, autor da peça e um dos criadores da Companhia Caótica.

Entrevista, recolha e edição de imagem: Por Daniela Gonçalves

Amadeu Ferreira: Viver e partir com o Mirandês na mente e coração

Viveu com a Língua Mirandesa no coração, fazendo do seu estudo e escrita um pilar fundamental da sua existência. É com tristeza, mas com grande admiração que presto homenagem a Amadeu Ferreira, Francisco Niebro para os seus leitores. Tive o prazer de o conhecer e ter a sua orientação em Mirandês, no âmbito da realização da minha tese de fim de licenciatura subordinada ao tema: “A influência linguística e cultural da rádio Mirandum-fm sobre os estudantes da UTAD de Miranda do Douro”.

Quando soube do meu interesse pela sua querida Língua Mirandesa, Amadeu Ferreira recebeu-me junto do seu trabalho (a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários), em Lisboa, com um sorriso amigo e uma mão cheia de obras em Mirandês, as quais gentilmente me ofereceu. São momentos que não se esquecem, mesmo que já há alguns anos não privasse com Amadeu Ferreira. O ano letivo de 2002/2003, foi duro emocionalmente, mas tive a alegria de fazer um amigo que encarava como amigos todos os que se interessavam pela Língua Mirandesa, a segunda língua oficial de Portugal. Lembro com carinho todas as obras que me ofereceu – da gramática Mirandesa, mais formal, ao livro de receitas – e a motivação que passei a ter para investigar, escrever e comparar Português e Mirandês. Como esquecer também “As llonas e cuntas” ?

Gostaria de referir que tive o privilégio de ter o meu prefácio de tese de licenciatura escrito em Mirandês, por Amadeu Ferreira. Por tudo isso e em tom de homenagem, aqui vos apresento este belo, simples e significativo texto que se segue, da autoria de Amadeu Ferreira. E não queria deixar de partilhar com os assinantes da Saber Viver Lisboa TV que tive o prazer e enriquecimento de frequentar o primeiro ano de Língua Mirandesa, em Lisboa, leccionado pelo Professor Amadeu Ferreira.

Muito obrigada Professor Amadeu Ferreira pela amizade e orientação que me deu. As minhas condolências à sua família.

Daniela Gonçalves, coordenadora da Saber Viver Lisboa TV

L mirandés i ls studos ounibersitairos

Amadeu Ferreira traduziu  várias obras literárias. Créditos da Imagem:  http://clubeliterariodoporto.blogspot.pt/2009_05_17_archive.html

Amadeu Ferreira traduziu várias obras literárias.
Créditos da Imagem:
http://clubeliterariodoporto.blogspot.pt/2009_05_17_archive.html

Ls studos ounibersitairos subre la lhéngua mirandesa bénen yá d’hai muito tiempo. Puode mesmo dezir-se que a l’ounibersidade debe la lhéngua mirandesa la sue çcobierta pa la ciéncia i alguns de ls más amportantes studos subre eilha feitos até agora. Po riba de todos, hai que lhembrar José Leite de Vasconcellos que, antre 1882 i 1901, publicou alguns de ls trabalhos que inda hoije son la grande referéncia de l mirandés, i lhançórun ls aliçaces seguros pa la cunsidraçon de l mirandés cumo lhéngua, sobressalindo antre todos l menumiento que son ls Estudos de Philologia Mirandesa (1900-1901). Por meados de ls anhos 90 de l sieclo XIX, outro grande académico, A. R. Gonçaves Vianna, lhançou las lhinhas generales d’ourientaçon pa la scrita de l mirandés, publicadas na Revista de Educação e Ensino (Vol. IX (1894): pp. 151-152), derigida por un de ls mais grandes pedagogos pertueses de l sieclo XIX, ounibersitairo i amante de l mirandés, Manuel Ferreira Deusdado. Yá ne l albar de l sieclo XX ye l grande sábio spanhol Ramón Menéndez Pidal que, cula sue obra El Dialecto Leonés (1906), stabelece, dua beç por todas, la lhigaçon de l mirandés culas lhénguas astur-lhionesas, fechando cun chabe d’ouro ls studos que habien sido feitos até essa altura.

Quedaba assi ancerrada ua quadra mui amportante, que podemos chamar de ls fundadores. A esses studos debemos la çcriçon relatibamente rigorosa de l mirandés, neilhes assenta la sue cunsidraçon cumo lhéngua andependiente, i ye achada la sue matriç nas lhénguas astur-lhionesas. I todo esso se debe als studos de eilustres ounibersitairos que, assi, dórun un cuntrebuto pa la cultura i l’eidentidade pertuesas que solo agora ampeça a ser antendido an toda la sue fundura.

Ende puls anhos cinquenta de l sieclo XX, i apuis dun lhargo siléncio, l studo de la lhéngua mirandesa passa pa l’Ounibersidade de Coimbra, seguindo l camino abierto pul porsor Manuel Paiva Boléo. Ye assi que l porsor José Herculano de Carvalho se lhança nua nuoba ambestigaçon, ne terreno, subre l mirandés, dende salindo la amportante obra que ye la Fonologia Mirandesa (1957), par’alhá d’artigos subre l’ourige i l bocabulairo de l mirandés. Nesta mesma ounibersidade i na fin de ls anhos 50, Maria José de Moura Santos apersenta Os Falares Fronteiriços de Trás-os-Montes (1967), un studo subre ls falares de la raia trasmuntana i, andrento deilhes, de la lhéngua mirandesa. Ye nesse mesmo camino que Maria da Conceição Azevedo Moreira fai la tese, nun publicada, A vida do povo mirandês através do seu vocabulário (1962). Anque séian mui amportantes estes studos, nun tráien muito eilemiento nuobo, salbo an cousas de somenos. Bálen subretodo por mos dáren la situaçon de l mirandés nesse tiempo i por mantenéren biba la sue chama na ounibersidade.

Hai ua caratelística de todos ls studos de que falemos: pássan-se mui longe de la Tierra de Miranda i nun ténen qualquiera oujetibo de anfluenciar la rialidade. Ye un tiempo an que hai l’eideia de que la pureza de l studo científico nun se puode amporcar cul tolho de la rialidade i, muito menos, anfluenciar essa rialidade. Para alhá desso, talbeç haia que acrecentar, pa nun sermos anjustos cun naide, que las cundiciones sociales i políticas nun serien las melhores. Ye este stado de cousas que s’ampeça a altarar als poucos culs studos feitos pula ‘scuola’ de l porsor Luís Filipe Lindley Cintra, subretodo l CLUL – Centro de Linguística da Universidade de Lisboa. L que ampeça por ser un studo de l mirandés pa l atlas lhenguístico de Pertual, torna-se, al lhargo de ls anhos 80 i 90 de l sieclo XX, nun porjeto d’anterbençon lhiado al renacer de la lhéngua. De ls studiosos desta fase alhebanta-se, po riba de todos, l nome de la doutora Manuela Barros Ferreira que ancarna un sprito nuobo apostado ne l renacimiento de la lhéngua mirandesa, assente na criaçon de anstrumientos científicos capazes de aguantar esse renacer de la lhéngua. La carapota de todos esses anstrumientos ye la Convenção Ortográfica da Língua Mirandesa (Proposta de 1995 e texto final publicado em 1999), ua de las quelunas (l’outra ye la lei 7/99, de 29 de Janeiro) adonde assenta l atual renacer de la lhéngua mirandesa, subretodo de la sue lhiteratura scrita. Ye andrendo de l mesmo sprito que Manuela Barros Ferreira cria l sítio de l’anternete http://www.mirandes.no.sapo.pt , hoije la percipal referéncia de l mirandés para todo l mundo. Para alhá de muito studo que publicou subre l mirandés, Manuela Barros Ferreira ten sido acumpanhada por outros eilustres ounibersitairos cumo Ivo de Castro, Rita Marquilhas, Cristina Martins, Isabel Hubb Faria i outros.

Al nible de ls studos subre la lhéngua mirandesa hai que dezir que atrabéssan agora ua quadra mui amportante, an que l papel de l’ounibersidade ye fundamental. La lhéngua mirandesa ye inda un campo de ambestigaçon sin fin para bárias ciéncias. Hai que ir al terreno, cumo fizo Daniela Gonçalves, i studar l que se stá a passar, cumo las cousas stan a eibeluir, qual ye l’eificácia de ls anstrumientos que stan a ser ousados. Esse ye un camino reciente feito por muitos outros i que asperamos nun pare, mas baia cada beç mais longe. Conhecemos trabalhos recientes feitos por alunos an algues ounibersidades a que le falta rigor i que se cunténtan cun repetir, mal, meia dúzia de cousas. Mas tamien hai outros que son amportantes achegas al coincimiento de la lhéngua mirandesa, de la sue situaçon i de las gientes que la fálan. Desses todos gostariemos de citar: Cristina dos Santos Pereira Martins (1995) Bi/trilinguismo na aldeia de Paradela, Concelho de Miranda do Douro (tese de Mestrado), Universidade de Coimbra; António Bárbolo Alves (1997) A língua mirandesa. contribuição para o estudo da sua história e do seu léxico (tese de Mestrado), Universidade do Minho, Braga; António Bárbolo Alves (2002) Palavras de Identidade da Terra de Miranda. Uma abordagem estatístico-pragamática de contos da literatura oral mirandesa, Universidade de Touluose Le Mirail (tese de doutoramiento); Carlos do Nascimento Ferreira (2003), Toponímia, Paisagem e Ambiente. Uma abordagem Geotoponímica de Sendim em Terra de Miranda, Universidade de Salamanca (tese de mestrado). Esta última tese ten ua caratelística anteiramente nuoba, pus apersenta un aneixo toponímico cun más de 200 pp. todo screbido an mirandés, l que ye la purmeira beç que acuntece an teses ounibersitairas.

Muito mais haberie a dezir, mas esto bonda para dar ua eideia de l’amportança que ls studos ounibersitairos ténen tubido pa la lhéngua mirandesa, bista de çfrentes lhados. Ye por esse camino que bai l studo de Daniela Gonçalves. Eilha fui al terreno, falou culas pessonas, ousou anstrumientos científicos para mos dezir algo de nuobo subre la situaçon de la lhéngua mirandesa. Asperemos que este puoda ser l purmeiro de muitos outros studos que eilha benga a fazer subre la lhéngua mirandesa.

Cumo lhéngua de Pertual, la léngua mirandesa ye un eilemiento eissencial de la nuossa eidentidade, pus mos premite balorizar l’amportança de la dibersidade i de la tolerança delantre de la defréncia. Por esso nun anteressa solo als mirandeses, mas a todos ls que s’anteréssan pula bida. Sendo la lhéngua la más alta spresson dun pobo, capaç de s’aguantar por sieclos i sieclos, eilha ye tamien la spresson dun bibir. I este ye un bibir pertués, pus nunca ls mirandeses se sentírun outra cousa nin quieren ser outra cousa, anque fálen tamien outra lhéngua, par’alhá de l pertués. Essa ye tamien ua caratelística de l mirandés, çfrente de las outras lhénguas minorizadas: eilha nunca dou de comer a fuorças que se quérgan tornar andependientes, mas nada mais quier que cuntinar a falar-se para anriquecer la dibersidade de l ser pertués.

Lisboua, 13 de Setembre de 2003

Amadeu Ferreira

*Prefácio da tese de licenciatura intitulada A influência linguística e cultural da rádio Mirandum-fm sobre os estudantes da UTAD de Miranda do Douro”, da autoria de Daniela Gonçalves.